Depressão e ansiedade são mais desafiadores para a saúde mental em meio à pandemia
Para quem sofre de depressão ou ansiedade, nada como um cenário de pandemia para trazer gatilhos que atribulam a saúde mental. Afinal, mesmo entre aqueles que não possuem estes quadros de saúde citados, a crise do novo coronavírus está gerando estresse e desânimo. A informação da Organização Mundial da Saúde (OMS) reflete algo que não é difícil de constatar entre os familiares e conhecidos.
São pessoas preocupadas com a própria saúde mental, também com a saúde de idosos ou de pessoas do grupo de risco, com o emprego, com a empresa e seus empregados, com as contas, com nosso País etc. Além das mudanças na rotina daqueles que foram encostados ou que estão em home office, aqueles que têm crianças fora da escola ou em estudos virtuais, entre outras situações que estão fora dos eixos.
O cenário turbulento agrava os gatilhos daqueles que já apresentam condições como a ansiedade e o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).
Reunimos conselhos de especialistas, conceitos e ferramentas para ajudar no controle do stress, ansiedade, pânico e depressão:
1) Consuma notícias de maneira mais equilibrada
Dica da BBC Brasil.
É importante estar bem informado e, infelizmente, o noticiário não tem como trazer tantas boas notícias em destaque. Por isso, a quantidade e a qualidade das notícias consumidas devem ser equilibradas. Observe:
- Quantidade de horas se informando: estabeleça alguns horários no dia para se informar sobre a covid-19 e atualidades. Use o restante das horas em outras atividades ou em leituras sobre outros temas de seu interesse, como saúde e bem-estar, cultura, artes, tecnologia e inovação, ciência etc.
- Polaridade das notícias: no noticiário comum, a maioria das notícias será de polaridade negativa. E não adianta brigar. Sempre foi assim. Em alguns casos há o sensacionalismo e, em outros, a pura necessidade de mostrar algo que é real e que não é bom. Mas há boas novas! Veja este site que reúne só dados positivos sobre a covid-19:
https://thegoodnewscoronavirus.com/
- Fake News: as notícias falsas ou tiradas de contexto servem para desinformar, criar pânico ou, na outra ponta, forçar uma indiferença em relação a assuntos importantes. Evite ao máximo divulgar informações cuja origem é desconhecida, por mais que pareça confiável. Use sempre veículos de confiança e cheque em mais de um deles.
2) Seja útil e solidário
Se estiver em condições, lembre-se de que ajudar o próximo sempre será saudável para a mente. Neste momento, há várias pessoas precisando de ajudas básicas. Os idosos do seu prédio, por exemplo, podem precisar de pequenas compras em supermercados ou farmácias. Viralizaram as atitudes como a de vizinhos que deixam recado nos elevadores para idoso ou pessoas do grupo de risco que precisam de voluntários. Que tal copiar a ideia?
3) Analise seus pensamentos
Dica de Olivia Remes, pesquisadora da Universidade de Cambridge, em matéria da BBC.
Quem possui quadros de transtorno de ansiedade já passa por inundação de maus pensamentos em cenários comuns. Agora na pandemia, qualquer pessoa pode ser ver assim. Este tipo de pensamento chega na cabeça sem avisar e vai acionando gatilhos para que as coisas se tornem ainda piores. Estas pessoas se desesperam, se veem sozinhas e com medo do futuro. Porém, Remes ensina que você pode designar um horário no dia para as preocupações. Por exemplo: quando vier um pensamento preocupante, você diz a si mesmo: “vou deixar para me preocupar com isso às 16h”. Ela explica que “nossos pensamentos murcham se não os alimentamos com energia. Ao empurrar esses pensamentos para um outro momento do dia, quando você chegar no momento designado para a preocupação, eles talvez não pareçam tão confusos ou preocupantes como pareciam quando brotaram em sua mente pela primeira vez”.
4) Meditação e Mindfulness
Dica vinda da Revista Nature.
Um estudo da Universidade de Nova Jersey submeteu 52 voluntários que possuíam sintomas de depressão a duas sessões semanais de meditação e atividades físicas, de 30 minutos cada. Apenas com estas práticas, os sintomas foram reduzidos drasticamente. A conclusão é que, em oito semanas, os resultados da prática são ainda mais profundos, mesmo entre ansiosos.
Meditar é um verbo que significa estudar o pensamento, pensar sobre, ponderar. A prática tem a ver com o significado da palavra. A meditação, nas culturas e religiões orientais, é um instrumento que leva à libertação. De maneira simplista, meditar é esvaziar a mente, dando espaço para a auto percepção. Em tese, o autoconhecimento e a não-ação prepara o indivíduo para a ação. Não sabe por onde começar? Reserve, no mínimo, 10 minutos para sentar-se em local calmo e silencioso, controlar a respiração, sentir a sua percepção corporal e aquietar a mente. Se você conseguir relaxar um pouco, já deu o primeiro passo.
E a palavra mindfulness, você já ouviu? Esta técnica virou moda, mas uma moda boa. Só traz benefícios. Trata-se da técnica de meditação e exercícios de origem oriental, porém adaptados para o mundo ocidental, inclusive seus termos. De maneira muito superficial, o lance é ter foco no presente: aqui e agora. O objetivo é não deixar que as frustrações do passado ou as ansiedades em relação ao futuro atrapalhem a concentração e os sentimentos do hoje.
5) Busque ajuda ou terapia online e gratuita
Não são poucos os profissionais, sites e apps que estão oferecendo ouvidoria e terapia gratuita neste momento da pandemia. Teste algum destes serviços e tenha números de telefone ou redes sociais e sites com conteúdo útil e acolhedor sempre à mão.
Os grupos de interesse e ajuda mútua online também podem ajudar, por exemplo, grupos de mães, de pequenos empresários, de pessoas viciadas em algo etc. A troca de ideias e boas práticas com pessoas que passam pelas mesmas situações que você pode ser acolhedora. Ao mesmo tempo em que você vê que não está sozinho, você pode captar experiências já testadas por outros colegas.
6) Cultive a inteligência emocional
Dica do psicólogo Eraldo Melo no site O tempo.com
O termo já foi moda no mundo do trabalho. Porém, com tantos novos conceitos, ficou um pouco esquecido. Mas é e sempre será muito importante tanto na vida profissional quanto pessoal. A Inteligência Emocional (IE) é o conjunto de habilidades emocionais e comportamentais que contribuem para o desenvolvimento da pessoa, principalmente a sua capacidade de lidar com situações de conflito e pressão. O autoconhecimento e autocontrole também são aspectos de destaque no indivíduo inteligente emocionalmente.
Para começar a desenvolver esta característica, o primeiro passo é encarar suas limitações com senso de realidade e maturidade. Trabalhar os pontos em desenvolvimento de maneira calma, no dia a dia, sem voltar atrás é o que vai trazer resultado, principalmente se você entender que será a médio e longo prazo. O equilíbrio psicológico não é algo atingido de uma hora para outra, nem em definitivo.
7) Reflita sobre suas perspectivas e expectativas
Dica de Adam Julian, sócio da Y Combinator, para Época Negócios
O que você espera da vida? O que você acha que a vida tem a oferecer? Você sente que sua visão de mundo é ampla ou é criada apenas com base no que você vê e vive? Busque ler e conhecer assuntos diversos, caso perceba que precisa ampliar as perspectivas. E busque ajustar as expectativas em relação às coisas que recebe. Segundo Goldstein, que escreveu sobre o algoritmo de ansiedade dos fundadores de startups, sua visão sobre a vida afeta seu nível de ansiedade. “Se você sofre de pesadelos, uma solução é parar de dormir, mas a melhor é reconhecer que os pesadelos não são a vida real. Há muitas coisas que podem acontecer e elas podem afetar você ou alguém que você ama, mas também não podem. Ver pensamentos distintos da realidade necessária pode ser imensamente útil”, disse.
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