Que a amamentação beneficia a saúde do bebê e da mãe ninguém duvida pois há ampla divulgação e pesquisa científica comprobatória neste sentido.
Porém ainda há dúvidas em relação a situações específicas como no caso de uma mãe com câncer de mama e outras doenças.
É saudável manter a amamentação em quais casos? E qual a relação da amamentação com a prevenção ao câncer de mama?
Amamentação e prevenção ao câncer de mama
Segundo o World Cancer Research Fund (WCRF) – Fundo Mundial para Pesquisas sobre Câncer – a lactação pode reduzir os riscos de desenvolvimento de câncer de mama nas mulheres mesmo após a menopausa.
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) também aponta que a amamentação é um fator de proteção ao câncer de mama. E o oncologista Rafael Kaliks do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, explicou o porquê: “Quanto menos filhos, maior o número de ciclos menstruais na vida da mulher, que são momentos de maior exposição a hormônios relacionados à doença. Da mesma forma, quanto maior o período de amamentação, menos ciclos menstruais, e maior a proteção”. A matéria é da Veja Saúde, 2018.
A médica oncologista Solange Moraes Sanches, do Centro de Referência em Tumores da Mama do A.C.Camargo, completa a explicação. Segundo ela, durante o aleitamento as células da mama ficam se renovando e ocorre uma complexa alteração hormonal. Tal efeito faz com que o risco de um câncer de mama seja reduzido em mais de 4% a cada ano de amamentação.
Ou seja, quanto mais tempo de lactação, menores chances para a mulher de desenvolver um tumor. Há uma relação próxima do tempo de amamentação e a quantidade de filhos. Quanto mais partos, provavelmente maior o tempo de amamentação.
Há riscos para o bebê ou para a mãe, se ela estiver com câncer de mama e amamentar?
O câncer em si não altera em nada a qualidade do leite materno. Porém há alguns fatores relacionados ao câncer de mama que podem impactar na questão da lactação.
Caso a mãe receba o diagnóstico de câncer durante a amamentação ela deve ter acompanhamento médico. Dependendo do tratamento a medicação usada na quimioterapia pode sim, passar para o leite.
Na radioterapia a contaminação não é observada, mesmo assim é necessário consultar o médico. Também há tratamentos que podem reduzir a produção de leite.
Outro caso que impacta é quando a paciente tem que passar pela mastectomia, que é a retirada da mama. Há alguns tipos de remoção que alteram ou retiram os dutos que transportam o leite para o mamilo.
Dependendo do caso, a mulher pode ficar impossibilitada de amamentar. Se os dutos não tiverem sofrido alteração, a lactação pode ocorrer normalmente. Um exemplo é o caso da mulher que teve câncer e retirou uma, ou parte, da mama. Se a outra estiver intacta produzirá leite normalmente, e a mãe poderá amamentar.
No caso das mulheres que já tiveram câncer de mama e finalizaram o tratamento, a amamentação pode ocorrer sem nenhuma contraindicação. Só não será possível nos casos em que houve retirada das mamas com alterações nos dutos.
Um fator importante em relação a diagnóstico de câncer e amamentação é a questão emocional da mulher. O stress ou preocupação excessiva são fatores de alteração ou até mesmo bloqueio na produção de leite. Por isso, a mulher deve contar com o apoio da família e a assistência dos médicos e especialistas, para que se sinta à vontade na decisão de amamentar.
A amamentação é uma prática saudável para o corpo e mente da mulher. E é importante tanto para saúde do bebê quanto para sua conexão com a mãe. Porém, caso não seja possível a lactação devido a um câncer de mama ou outras doenças e tratamentos, o especialista saberá orientar a mãe na busca das melhores alternativas.
Importante é que a mulher realize seu tratamento e cuide de sua saúde e assim curta os melhores momentos com com seu bebê.