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O que esperar do mundo pós pandemia

A transmissão do novo Coronavírus está em desaceleração em todo o mundo, mas o perigo ainda não acabou. Seguimos enfrentando uma pandemia que será um marco na história da humanidade. Neste cenário, há duas dúvidas na cabeças das pessoas. Uma delas é quando a vacina contra a COVID-19 estará disponível para toda população do globo. A outra é sobre previsões de como será o mundo pós pandemia. Afinal, o vírus já impactou nossas vidas e mudou nossas rotinas.

Os impactos não se resumem ao novo hábito de usar máscara e higienizar as mãos com mais frequência e o uso do álcool gel. Ou às alterações de horários de funcionamento para comércios, restaurantes, bares e outros negócios de atendimento, vendas e prestação de serviços ao público. Nem sobre a nova modalidade de trabalho em casa, adotada por muitas empresas.

A pandemia nos trouxe reflexões e mudanças mais profundas que devem moldar nossos hábitos individuais e também as dinâmicas coletivas. Os reflexos se estenderão além do período de amenização da COVID-19, quando a doença deixar de ser um problema de saúde mundial. As transformações passarão pela economia, política, modelos de negócio, cultura, relações sociais e com a cidade, saúde física e mental, entre outras coisas.

COVID-19: aceleradora de um futuro inevitável?

A pandemia acelerou mudanças na sociedade de modo geral, mesmo com a gente dentro de casa, quietinhos, por alguns meses. O ano voou e o mundo se tornou outro. A dúvida é: as mudanças ocorridas iriam ocorrer de outra maneira? Mais lenta? Há quem diga que a pandemia foi um fator acelerador de futuros.

O isolamento social empurrou negócios para a reinvenção de seus modelos e modificou as formas de contato entre as pessoas. Algumas destas mudanças já estavam em curso, mas foram aceleradas. Transições que levariam décadas para acontecer, precisaram se concretizar em questão de meses. Por exemplo: a adoção da educação a distância e do trabalho remoto, além da maior preocupação com a responsabilidade social e com a saúde mental de funcionários por parte das empresas.

Outras questões ganharam foco. Afinal, a crise sanitária e econômica trouxe uma revisão de valores. O modelo de sociedade consumista e baseada no lucro a qualquer custo passou a ser questionado. Iniciativas baseadas na solidariedade e na empatia se fortaleceram.

Mas o que vai permanecer após o fim da pandemia? Esta questão ainda é fruto de análise de especialistas, autoridades, comunidade acadêmica e das pessoas de modo geral.

A educação vai se reinventar? As lideranças vão desenvolver novas habilidades? O salto dado pela tecnologia é um caminho sem volta? Seremos mais cautelosos com a saúde? O cuidado com a saúde mental – “olhar para si” – vai ter mais espaço? Como vai ficar a relação entre família e trabalho? Saberemos regenerar nossa relação com a natureza?

As respostas ainda não são objetivas, mas já vemos sinais que nos permitem algumas reflexões.

9 mudanças esperadas no mundo pós-pandemia

Prever quais serão os reais efeitos da pandemia no mundo é difícil, mas sabe-se que já estamos vivenciando mudanças que podem permanecer e impactar nossas vidas. Compreender o que possivelmente nos espera é importante para nos prepararmos e entrarmos em sintonia, tanto na vida pessoal quanto profissional.

1. Crenças e Valores

Se antes a diferença de classes já era perceptível, a pandemia escancarou nossas mazelas. O isolamento social forçado deixou ainda mais óbvio o quanto a maioria da população é dependente de seus trabalhos para sobreviver. A dificuldade de gerar renda fez com que muitas famílias ficassem em situações críticas.

Esse cenário fez despertar o sentimento de solidariedade adormecido em muitas pessoas. Vários grupos de ajuda ao próximo entraram em ação e se uniram também contra o preconceito e a violência.

É difícil prever se essa onda de empatia vai continuar com a mesma força. Mas tudo indica que uma mudança de crença e valores começa a ocorrer de forma gradual.

2. Transtornos emocionais

O período foi importante para que olhássemos mais para nós mesmos e tivéssemos mais tempo para descobrir o que nos faz feliz e nos conforta. Ao mesmo tempo, o isolamento, o medo do contágio e a incerteza em relação ao futuro fizeram com que muitas pessoas desenvolvessem transtornos emocionais como ansiedade e depressão.

A dificuldade em lidar com a vida profissional e a pessoal no mesmo ambiente também foi outro desafio. Pessoas que têm filhos pequenos em casa e precisaram atuar em home office, principalmente as mulheres, se viram em exaustão física e mental.

Com o crescente aumento de transtornos emocionais, o acompanhamento psicológico com terapias continuadas se torna importante para a retomada de uma vida pós pandemia. Palestras e webinars sobre o assunto oferecidos pelas empresas foram um incentivo para o autoconhecimento, desenvolvimento e gestão emocional dos funcionários. Também há quem diga que o excesso de encontros virtuais trouxe mais ansiedade.

3. Saúde física

O isolamento social ajudou muitas pessoas a cuidarem melhor da alimentação, pois passaram a preparar sua própria refeição. E atrapalhou outras. Em casa e ansiosas, algumas pessoas comeram mais e pior.

Com academias e espaços públicos fechados, as atividades físicas ficaram limitadas por um bom período. Um alvo de estudos agora é se o ganho de peso e sedentarismo serão significativos ao fim dessa pandemia.

Muitas pessoas buscaram soluções online para se exercitar. Há quem tenha até criado um novo estilo de vida. Já demos dicas aqui para quem deseja ser mais ativo dentro de casa mesmo.

4. Transformação digital mais forte do que nunca

Esse é um ponto que já vinha caminhando a passos consideráveis. Um mercado mais digitalizado era uma promessa de futuro. O isolamento social acelerou esse processo.

Com a necessidade de sobreviver, muitos negócios encontraram no ambiente digital a chave para vender seus produtos ou até mesmo oferecer serviços.
Até mesmo a cultura tomou ares digitais. Shows, museus e galerias de arte chegaram até o público por meio da internet, com lives e visitações em realidade aumentada.

Talvez esta seja a mudança mais significativa que vai perdurar no mundo pós pandemia. O salto dado na transformação digital foi tão grande que, mesmo aqueles que tentarem voltar ao passado no fim dessa crise sanitária, ainda estarão à frente do que eram quando a pandemia começou.

5. Trabalho remoto e educação a distância

Há alguns desdobramentos da transformação digital que devem permanecer de forma parcial.

A necessidade de colocar o quadro de funcionários para trabalhar em home office fez com que muitos gestores percebessem que essa modalidade de trabalho dá certo e traz vantagens para as empresas. Se antes o trabalho remoto era adotado com um pouco de desconfiança, a partir de agora a tendência é aumentar o número de colaboradores em home office.

A educação a distância (EAD) também já era uma modalidade explorada, mas também vista com restrições e críticas. A pandemia abriu um novo leque de possibilidades e fez com que muitos se rendessem a este tipo de aprendizado.

6. Busca por novos conhecimentos

Por falar em EAD, a busca por conhecimento também aumentou durante o período de isolamento. Com mais tempo em casa, a população teve mais contato com cursos on-line. Em um mundo em constante e rápida transformação, atualizar os conhecimentos é questão de sobrevivência no mercado.

Mas não foi só na questão profissional. O aprendizado é muito prazeroso quando o assunto é vida pessoal e muitos aproveitaram para adquirir novos hobbies.

7. Viver o agora e valorizar os momentos

A insegurança e o medo do incerto fizeram com que muitas pessoas percebessem que vale a pena viver o presente. Mesmo planejando, alguns indivíduos aprenderam o quanto fatores externos podem mudar tudo. Assim, apreciar os momentos especiais e o contato das pessoas queridas, mesmo virtualmente, passou a ser algo muito valorizado durante esse período.

Mais do que nunca é importante focar no agora. Viver o futuro antecipadamente pode provocar transtornos mentais, principalmente ansiedade. E ficar no passado, pode nos privar de aproveitar as coisas boas do presente.

8. O “novo” dinheiro

Outra coisa que já vinha se modificando é a forma como lidamos com o dinheiro vivo. Conscientes de que as cédulas e moedas carregam bactérias e cheios de opções de formas de pagamento digitais, estamos parando de usar o papel moeda. Carteiras digitais e pagamentos biométricos tendem a ser cada vez mais utilizados.

9. Cuidados com a higiene e a saúde

Esta é mais provável mudança e acima de tudo, necessária. A cada novo surto de doenças a população aprende e assimila um pouco mais a importância de ter bons hábitos de higiene. O simples ato de lavar as mãos pode evitar vários tipos de infecções. Foi assim com o H1N1 também.

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