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Saiba mais sobre o HPV (Vírus do Papiloma Humano) seus sintomas e vacina

HPV é a abreviação em inglês de Vírus do Papiloma Humano. Estes vírus formam um conjunto que traz mais de 100 subtipos. A classificação de “papiloma” (um tipo de verruga) se dá devido às suas chances de causar este tipo de tumor, que pode ser benigno, indolor e apresentar baixo risco de se tornar um câncer.

Estes vírus também podem causar verrugas comuns. Há os vírus do papiloma (cerca de 60%) que causam verrugas na pele, na parte externa e, principalmente, nas extremidades, como mãos e pés.

Há os tipos que atingem as mucosas (cerca de 40%). Neste caso, eles são atraídos para células epiteliais (da pele) que são finas e planas na superfície da pele. Estas células são encontradas em superfícies mais úmidas, por exemplo, vagina, pênis, ânus, colo uterino, boca e garganta, além de partes do aparelho respiratório.

Alguns mitos e verdades sobre o HPV

Esta doença, apesar de muito comum, causa constrangimento em quem recebe o diagnóstico pelo fato de poder ser transmitida via relação sexual sem proteção. Por isso, não é discutida pelas famílias, o que causa muita desinformação.

Veja alguns mitos e verdades sobre o Vírus do Papiloma Humano:

  1. HPV causa câncer | Meia verdade
    O HPV é mais comum do que se pensa e as verrugas e papilomas causados por ele podem estar, sim, ligadas ao aparecimento de câncer no colo do útero ou em genitais. Porém, a presença do HPV no organismo não necessariamente causará um câncer.
  2. Apenas mulheres desenvolvem sintomas de HPV | Mito
    Os homens também apresentam verrugas genitais, causadas por HPV. Inclusive há alguns tipos que podem causar câncer de pênis e de ânus.
  3. Uso de camisinha ajuda a proteger contra o HPV | Verdade
    O HPV é transmitido por meio de contato genital e oral-genital. O uso de preservativo pode ajudar a se proteger de um contágio, porém não garante. Foi identificado um índice de 70% de proteção contra esta doença utilizando a camisinha.
  4. O exame de Papanicolau é o que detecta o HPV | Mito
    O Papanicolau possibilita a verificação de mudanças celulares causadas pelo HPV. Mas há um teste específico para identificação do HPV.
  5. Não há tratamento contra o HPV | Verdade
    Os tratamentos existentes tratam apenas as doenças causadas pelo vírus.
  6. Há pessoas que ficam a vida toda com HPV e não percebem | Verdade
    Pode levar anos até que um infectado por HPV tenha sintomas ou pode ser que nunca sinta nenhum incômodo a ponto de procurar diagnóstico médico.
  7. Se a pessoa está com HPV é porque tem muitos parceiros sexuais | Mito
    Basta ter relações sexuais, mesmo com um parceiro fixo e até mesmo dentro do casamento, para estar exposto ao contágio. Lembre-se de que algumas pessoas não apresentam sintomas, logo, podem estar com o vírus e passá-lo sem ter conhecimento.

Vacina contra o HPV

Há, hoje em dia, duas vacinas disponíveis que ajudam na prevenção de alguns tipos de HPV e, consequentemente, dos tipos de câncer relacionados a estes vírus. São elas:

Vacina Quadrivalente: contra os vírus do tipo 6, 11, 16 e 18;

Vacina Bivalente: contra os vírus do tipo 16 e 18.

As vacinas são seguras para meninas e meninos, mulheres e homens de 9 a 26 anos de idade. Leves efeitos colaterais foram observados até hoje como dor no local de aplicação, dor de cabeça, náuseas e febre baixa.

O ideal é aplicar uma das vacinas contra o HPV antes do primeiro contato sexual. Por isso, é recomendável que as crianças já tomem as três doses antes da puberdade.

No Brasil, hoje, a vacina contra o Vírus do Papiloma Humano pode ser administrada gratuitamente na rede pública em meninas com idade entre 9 e 14 anos e em meninos entre 11 e 14 anos. A partir dos 14 anos a vacina pode (e deve) ser tomada em rede particular.

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Languishing: o novo termo para definir o que a pandemia fez com nossa saúde mental

Sabe aquela sensação de estar meio entediado, meio sem esperança, meio deprimido, meio cansado e meio triste? Veja que não é o mesmo que se sentir totalmente aflito, exausto ou depressivo. Estamos falando de estar meio “blá”, como se sua vida toda estivesse se passando em um dia frio, chuvoso e solitário de domingo.

Adam Grant, psicólogo americano e TED talker, publicou uma resenha no jornal americano New York Times em abril de 2021 sobre o termo cunhado pelo sociólogo Corey Keyes que define esta sensação. Languishing significa, em tradução livre, enlanguescer. Esta palavra, que não é muito usada em português, significa enfraquecer, definhar.

Portanto, se seguirmos a análise de Grant e o conceito de Keyes, podemos dizer que a sensação que estamos experimentando individual e coletivamente com a pandemia por Covid-19 é a mesma que definhar. O psicólogo colocou no balaio dos sintomas os problemas de concentração, a falta de perspectiva no horizonte, a pouca vontade em fazer coisas novas, a procrastinação e a confusão cronológica (em que dia estamos?).

“É como se você estivesse confundindo seus dias, olhando para sua vida através de um para-brisa enevoado”, afirmou Grant.

Segundo ele, tal sensação pode ser dominante nos próximos meses. Se no começo da pandemia e distanciamento social, a sensação coletiva era de medo e cautela, tantos meses depois, sem esperança de resolução no curto prazo, as pessoas enfrentam o parcelamento daqueles sentimentos. É como tomar todo dia uma pequena pílula de desânimo.

“Nos primeiros dias incertos da pandemia, é provável que o sistema de detecção de ameaças do seu cérebro – chamado amígdala – estivesse em alerta máximo para lutar ou fugir. Como você aprendeu que as máscaras ajudam a nos proteger – mas a limpeza de pacotes não – você provavelmente desenvolveu rotinas que aliviaram sua sensação de medo. Mas a pandemia se arrastou e o estado agudo de angústia deu lugar a uma condição crônica de definhar”, explicou Grant.

Ele contou que o languishing é como um filho do meio renegado em relação à saúde mental: nem o bem-estar, nem a depressão. É algo que está pela metade. É como usar um entorpecente que reduz a capacidade do organismo em se animar, organizar, concentrar e planejar o futuro.

Grant contou em sua resenha a origem do termo criado por Keyes. O sociólogo teria se surpreendido ao perceber situações de pessoas não deprimidas que também não estavam conseguindo alcançar sua capacidade máxima.

“Parte do perigo é que, quando você está definhando, pode não notar o entorpecimento do deleite ou a diminuição do impulso. Você não se pega escorregando lentamente para a solidão; você é indiferente à sua indiferença”, explicou.

Ele afirmou que na primavera passada, durante a aguda angústia da pandemia, a postagem mais viral da história da Harvard Business Review foi um artigo descrevendo nosso desconforto coletivo como dor. “Junto com a perda de entes queridos, estávamos de luto pela perda da normalidade (…) Embora não tenhamos enfrentado uma pandemia antes, a maioria de nós enfrentou perdas”, relatou Grant.

Primeiros passos para sair do “blá” e cuidar da saúde mental

A falta de visão sobre o próprio sofrimento traz uma inércia. Ninguém busca ajuda se não perceber que precisa dela. Portanto, a recomendação do especialista é: olhos atentos. Se você não está “languishing” deve conhecer alguém que está. A situação requer os mesmos cuidados de outros transtornos psicológicos: acompanhamento profissional (psicólogo ou médico) e familiar, além de esforços em adquirir bons hábitos (exercícios e alimentação nutritiva).

Segundo o psicólogo, dar nome ao que estamos sentindo é o primeiro passo. Analisar os sintomas e lembrar que não estamos sozinhos também são atitudes que fazem parte da melhora no quadro.

“Para transcender o enfraquecimento, tente começar com pequenas vitórias (…) Isso significa reservar um tempo diário para se concentrar em um desafio que é importante para você – um projeto interessante, uma meta que vale a pena, uma conversa significativa. Às vezes, é um pequeno passo para redescobrir um pouco da energia e do entusiasmo que você perdeu durante todos esses meses”, ensinou Grant.

Segundo ele, o languishing não está apenas em nossas cabeças. Ele está nas circunstâncias, portanto não é possível curar tudo sozinho. Afinal, vivemos em um mundo no qual é fácil falar de saúde física, mas quando o assunto é saúde mental, diversos estigmas vêm à tona. Estar “blá” não é estar em depressão, porém é algo a se cuidar. Reconhecer é a primeira ação.

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Impactos da pandemia na saúde mental das crianças e jovens

Talvez ainda seja cedo para avaliar o impacto no desenvolvimento da criança trazido pelo isolamento social e aulas remotas. O cenário traz complexidade, pois requer reavaliação de hábitos, de expectativas e de modelos de vida. Além disso, cada família vai lidar de um jeito e cada criança ou jovem responderá também de maneira diferenciada.

Alguns estudos já trazem análises sobre o período de pandemia e impactos no desenvolvimento infantil. Pesquisa realizada pela Universidade Federal de Rio de Janeiro (UFRJ) em 77 escolas das redes pública e privada do Brasil, com 2070 crianças, traz dados que permitem verificar o prejuízo psicopedagógico e desafios da reabertura das instituições de ensino. A avaliação mostra também um lado bom e oportunidades para serem exploradas.

O ensino remoto é desafiador por vários motivos, tanto por ser uma novidade para a qual as escolas e professores ainda não estavam preparados, quanto por ser novidade também para os pais. Todos os níveis de ensino são impactados, porém é na educação infantil que a mudança é mais sentida. As atividades das crianças pequenas são menos adaptáveis à dinâmica virtual e elas têm mais dificuldade em focar na interação remota.

A pesquisa indica a falta de comunicação das famílias com as escolas. O vínculo entre pais e professores seria, na opinião destes últimos, uma maneira de preservar interações importantes e estabelecer de maneira conjunta rotinas para as crianças. Na rede pública, o percentual de pais que não tiveram nenhuma interação com a escola é três vezes maior que da rede privada (33% das escolas públicas em comparação com 10% das particulares).

Segundo os entrevistados, a maior dificuldade se dá devido à falta de recursos para se comunicar remotamente, como internet ou telefone. Nas escolas privadas, o cenário é outro, com plataformas de aprendizagem à disposição e interações ao vivo de professores. Esta diferença acentua ainda mais as desigualdades na qualidade do ensino. Porém, mesmo no ensino privado, 45% dos professores relatou falta de engajamento dos alunos nas atividades, principalmente, por causa das dificuldades dos pais na adaptação à nova rotina de aulas.

Incentivo à leitura e oportunidades no ensino remoto

Por um lado, as aulas remotas trazem menos engajamento dos alunos e as diferenças de estrutura na rede pública e privada acentuam a desigualdade. Por outro, esta é a única maneira encontrada para manter o processo de aprendizagem no cenário de pandemia. Uma boa notícia com o isolamento social foi o aumento no incentivo à leitura e atividades artísticas e musicais. As entrevistas apontam que os pais, na ânsia de controlar o tempo de tela dos filhos, passaram a folhear livros para os filhos e incentivar o hábito da leitura.

Ler é um hábito fundamental para a qualidade do aprendizado e desenvolvimento intelectual da criança. Já as atividades que envolvem tocar instrumentos, desenhar e pintar, por exemplo, estimulam outras áreas do cérebro e melhoram a coordenação motora, além de serem divertidas e aliviarem o stress gerado pelo isolamento.

Para quem tem crianças estudando em casa, algumas soluções temporárias

Mesmo que o retorno às aulas presenciais seja adiado ou a criança não possa frequentar a escola por algum motivo (exemplo, por ser de grupo de risco ou ter pessoas em casa que o são), os pais podem amenizar os prejuízos no aprendizado de seus filhos. Algumas ações são recomendadas:

  • Fortalecimento do vínculo com a escola: os pais devem facilitar a comunicação com a escola, procurando pelos professores e coordenadores pedagógicos. Deve-se ouvir suas orientações, tirar dúvidas e dar sugestões. Estão todos aprendendo a lidar com o cenário;
  • Incentivo à atividade física, mesmo dentro de casa: a família pode criar um programa de movimento mesmo dentro de casa. Com internet a tarefa fica mais fácil, pois o que não faltam são canais no YouTube com aulas grátis, aplicativos e sites com ideias. Se a família está com dificuldades em relação à internet, vale resgatar brincadeiras com os pequenos em casa, no quintal ou em algum local ao ar livre com pouca circulação de pessoas;
  • Incentivo à leitura, música ou arte: como citado anteriormente, estas atividades são salutares ao desenvolvimento intelectual da criança. Para estimular a leitura, os pais devem dar o primeiro passo, oferecendo livros e lendo histórias junto aos pequenos. Oferecer materiais para desenho/ pintura e instrumentos musicais, além de separar um tempo para curtir o hobby com as crianças, também pode funcionar;
  • Incentivo à realização de atividades em casa: chamar as crianças para ajudar nas tarefas de casa pode trazer aprendizado, senso de utilidade e ainda vai desafogar o adulto, que terá mais tempo para dar atenção aos pequenos;
  • Tomar sol: na janela, no quintal, na sacada ou numa rua com pouca circulação de pessoas, tomar sol é importante para a saúde do corpo e ajuda a dar aquele ânimo para o aprendizado;
  • Cumprir o horário de aulas e entrega de atividades: a criança deve ser cobrada e apoiada na realização de atividades escolares. Se tiver dificuldades, volte ao item 1 e busque ajuda na própria escola;
  • Redução do tempo de telas/ uso das telas para o aprendizado: para as crianças que passam muito tempo com as telas, busque incentivar a programação educativa. Há canais no YouTube, séries, filmes e jogos educativos gratuitos para todos os gostos e tamanhos. Para reduzir o tempo de telas, há de se ter criatividade e boa vontade do adulto. Estabeleça alguns horários para atividades diferentes, por exemplo, a noite dos jogos de tabuleiro ou hora da montagem de quebra-cabeça.

A pandemia vai passar, porém o desenvolvimento da criança não pode esperar. Mesmo na falta de aulas presenciais, vale a pena aceitar o cenário, buscar orientação de especialistas e colocar a família toda para ajudar nas adaptações necessárias.

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