Proteja a amamentação: uma responsabilidade compartilhada. Este é o tema da Semana do Aleitamento Materno 2021, que vai de 1º a 7 de agosto. Esta campanha é global e tem como foco aumentar a conscientização e promover ações em temas relacionados ao aleitamento materno. A instituição que coordena esta semana é a Aliança Mundial para Ação em Amamentação – nome original em inglês: World Alliance for Breastfeeding Action (WABA) – uma rede global de agentes dedicados à proteção, promoção e apoio à amamentação em todo o mundo.
As iniciativas da #WBW2021 estão alinhadas com a Estratégia Global da Organização Mundial da Saúde (OMS) e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS). A hashtag foi adotada para a campanha deste ano. A sigla WBW vem do nome em inglês da ação: World Breastfeeding Week.
Mas, antes de falar sobre a responsabilidade em relação à amamentação, que não é só da mãe, vamos relembrar os motivos pelos quais a amamentação é a melhor opção para a criança e para a mãe. São muitos! Estes são apenas os principais:
- O leite materno já vem pronto, com a temperatura e o sabor ideais. Não dá trabalho para preparar;
- Possui os nutrientes necessários para o bom desenvolvimento do bebê e é de fácil digestão;
- Protege contra infecções respiratórias e gastrointestinais, aumentando a imunidade;
- Diminui a incidência de alergias, risco de obesidade e de diabetes na vida adulta;
- Previne contra o câncer de mama, de ovário e de útero na mãe;
- Diminui o sangramento após o parto e ajuda a mulher a voltar mais rápido ao peso que tinha antes da gestação;
- Promove o desenvolvimento do cérebro da criança;
- O ato de sugar desenvolve e fortalece a musculatura facial do bebê;
- Promove o sentimento de segurança do bebê, além de reforçar o vínculo entre mãe e filho e favorecendo o desenvolvimento da criança.
O ato de amamentar não passa só pela mãe
O tema da campanha de Aleitamento deste ano vem reforçar uma questão crucial acerca da amamentação. A #WBW2021 está trabalhando quatro pilares:
• Informar as pessoas sobre a importância de proteger a amamentação;
• Apoiar a amamentação como uma responsabilidade vital de saúde pública;
• Articular-se com indivíduos e organizações para maior impacto;
• Potencializar ações para proteger o aleitamento materno para melhorar a saúde coletiva.
A campanha defende e reforça a importância do papel da chamada rede de apoio, como essencial para o aleitamento materno. Esta rede é formada por:
Pai: o pai faz parte do ato de amamentar quando apoia a mulher no dia a dia, ajudando-a a posicionar o bebê, oferecendo qualquer apoio que ela necessite como levar um copo d’água, providenciar um local confortável para a amamentação ou deixá-la em silêncio neste momento, se for preciso. O apoio psicológico do pai em acolher a mulher em momentos de dores ou incertezas é fundamental para que a mãe possa continuar amamentando;
Família e amigos próximos que convivem com a mãe: avós, avôs, irmãos, tios e tias, além dos amigos próximos podem apoiar a mãe ao compreender os seus momentos de amamentar, apoiar com pequenas gentilezas, oferecer suporte psicológico e jamais fazer comentários desencorajadores;
Órgãos e agentes de saúde: pediatra, enfermeiros e outros profissionais da saúde têm papel central na promoção das orientações corretas quanto às melhores práticas, aconselhamento e apoio psicológico à mãe;
Sociedade: o ato de amamentar é um ato natural e social. A sociedade, de modo geral, deve ter e promover a consciência de apoio a qualquer mãe que venha a amamentar seu filho onde quer que ela esteja;
Leis e políticas públicas: tramita no Senado um projeto de lei que aumenta para dois anos o período de concessão obrigatória do intervalo para amamentação durante horário de trabalho. Esta questão e outras devem ser constantemente apreciadas pelos legisladores e cobradas pela sociedade;
Imprensa e comunicação: veiculação de informações corretas sobre o assunto e sempre encorajadoras ao ato de amamentar.
Estes são alguns dos importantes papeis que cercam a responsabilidade pela amamentação. Mas o que cada indivíduo pode fazer pela campanha do aleitamento materno? Veja algumas atitudes que fazem toda a diferença se você tem alguma mãe em período de amamentação em sua família, trabalho ou círculo de amizades:
- Jamais julgue o tempo de amamentação escolhido pela mãe ou o jeito de amamentar. Frases como as seguintes devem ser evitadas, pois são desencorajadoras e não refletem a realidade científica acerca do aleitamento materno: “Mas você ainda amamenta a criança com esta idade? ” “Duas horas para o bebê mamar? ” “Melhor amamentar só até 6 meses, pois depois disso os seios ficam muito caídos/ a criança faz a mama de chupeta/ a criança fica muito dependente. ”
- Quando uma mãe precisa amamentar em público, deixe-a à vontade, pois o ato de amamentar é natural. Não seja proativo em cobrir os seios da mulher ou ajeitar algum lugar escondido para ela aleitar, a não ser que ela peça. Algumas mães não têm vergonha de amamentar em público e outras têm. Esta questão é pessoal e não pode vir acompanhada de desconforto de terceiros;
- Informe-se em fontes confiáveis de modo a disseminar informações úteis e científicas para mães e pais a seu redor.
Deste modo, toda a sociedade poderá abraçar a sua parcela de responsabilidade em relação ao aleitamento materno.