Setembro Amarelo: campanha pela saúde mental e prevenção ao suicídio

Setembro Amarelo: campanha pela saúde mental e prevenção ao suicídio

A campanha Setembro Amarelo traz luz a uma questão crítica e delicada: a prevenção ao suicídio e a importância de cuidar da saúde mental. O assunto é tabu em nossa sociedade, por isso, o foco da conscientização é desmistificar e informar, a fim de tratar o tema com a devida seriedade e cuidado. A abordagem é fruto da iniciativa da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e do Conselho Federal de Medicina (CFM), sendo que o dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Em 2022, o lema é “A vida é a melhor escolha!”.

Suicídio: um problema de toda a sociedade

O suicídio é um tema triste e que traz tensão para qualquer um, principalmente para aqueles que tiveram casos próximos. O fato traz impactos em toda a sociedade, pois choca as pessoas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou em 2019 mais de 700 mil suicídios no mundo, sem contar casos notificados erroneamente pela intervenção de familiares, que não desejavam ter o motivo da morte de seu ente querido revelado.

No Brasil, os números cercam 14 mil casos por ano. É assustador pensar que, aproximadamente, 38 pessoas suicidam-se a cada dia. Há mais pessoas se suicidando do que morrendo de consequências de doenças como HIV ou câncer de mama, de guerras ou de homicídios. Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio é a quarta maior causa de morte, depois de acidentes no trânsito.

A importância de cuidar da saúde mental

Estima-se que quase todos estes casos estejam relacionados às problemáticas e doenças mentais. Nestes casos, muitos deles podem ter sido não diagnosticados ou tratados. Portanto, a conscientização para a importância de diagnosticar, não discriminar e orientar aqueles com necessidades de acompanhamento psiquiátrico pode salvar uma vida.

É necessária a sensibilização e o encorajamento de todos os indivíduos próximos para compreender o processo que um potencial suicida está vivendo. Segundo a ABP, alguns comportamentos são comuns ao indivíduo que decide terminar com sua vida: essas pessoas tornam-se obcecados com a ideia, como se o suicídio fosse a única solução para seus problemas. Estas pessoas estão sofrendo muito emocionalmente e, geralmente, dão sinais de seus planos. Por isso, a não negação da situação pelos familiares, amigos e pessoas próximas pode evitar um trágico desfecho.

Como tratar o potencial suicida?

A escuta ativa e sem julgamento é um bom começo. Demonstrar empatia pelo problema atravessado pela pessoa é fundamental, sem comentários que “diminuam” a gravidade da situação. É importante ter em mente que uma pessoa com este quadro está extremamente sensível aos julgamentos ou a comentários que ela possa entender como críticas. O ideal é encaminhá-la para o profissional de psiquiatria. Porém, muitas vezes, antes deste passo, é necessário o acolhimento por parte de um familiar, amigo ou psicólogo.

Portanto, vejamos os caminhos mais seguros ao lidar com o indivíduo que possa estar cogitando o suicídio:

  • Ouvir com empatia
  • Demonstrar interesse e consideração pela pessoa
  • Jamais julgar ou criticar
  • Jamais reduzir o problema ou tirar sarro
  • Abster-se de sugerir caminhos paliativos como chás, florais, cultos religiosos, livros de autoajuda etc. Tampouco medicar o paciente sem indicação médica.

► Todos os caminhos citados podem ser válidos e ajudar em outro momento, porém a seriedade do quadro de um potencial suicida requer tratamento profissional, com método e acompanhamento

► O fim deve ser sempre o encaminhamento ao profissional competente, porém com todo respeito ao paciente, a fim de obter melhores resultados

A campanha Setembro Amarelo

O suicídio é um problema da sociedade e o tema deve ter visibilidade dentro da saúde pública. Todos deveriam ter acesso a orientações sobre como ajudar aqueles que passam por momentos difíceis e falta de ânimo perante a vida.

Pensando nisso, a página oficial da campanha Setembro Amarelo traz material auxiliar a familiares, comunidade e profissionais da saúde. As informações são de uso público: são cartilhas orientativas, material para imprensa e diretrizes para que outros órgãos públicos ou privados possam aderir à campanha.

Este portal recomenda o acompanhamento profissional, médico e/ou especializado, a qualquer paciente com problemas de saúde física ou mental. As informações contidas nesta página são meramente informativas e fruto de pesquisa nas fontes citadas.

Cuide da sua saúde mental e de seus familiares!

Barbara Valsezia