Ronco é o nome dado ao som produzido ainda na faringe, por meio da vibração dos tecidos combinada com o estreitamento das vias respiratórias. Apesar de ser relativamente comum, pois estima-se que mais da metade da população adulta seja acometida pelo ronco, não é um quadro normal de saúde. Afinal, trata-se de um problema no fluxo do ar.
Para entender melhor, é preciso conhecer a anatomia das vias aéreas. Temos o nariz, mais externamente, e, depois, a faringe e laringe, esta última na altura da garganta. O ar tem que passar por toda esta estrutura na inspiração e voltar na expiração. Ao dormir, o movimento de entrada e saída do ar não é percebido e ele pode passar de uma forma “turbilhonada” por um local estreito e produzir o som do ronco.
As causas são muito variadas, daí a dificuldade no tratamento. Há pessoas que roncam devido a alterações fisiológicas, por exemplo, no céu da boca, amígdalas ou em qualquer parte da boca e aparelho respiratório. Pode ser originado também pelas alterações endócrinas e obesidade. Há quem ronque ao ingerir bebidas alcoólicas ou determinados medicamentos. Existem pessoas que roncam mais quando estão sob estresse ou com distúrbios do sono, alergias ou gravidez.
O ronco pode estar associado a uma flacidez muscular ou relaxamento da musculatura ligado a efeitos de remédios. Doenças alérgicas como bronquite, rinite e sinusite podem comprometer o quadro. Anatomia dentária alterada também é uma causa mapeada, seja no nascimento ou pelo uso de chupeta.
Homens podem apresentar o problema mais frequentemente, devido a uma característica de sua anatomia: sua faringe é maior, portanto, mais propensa. Já as mulheres podem roncar mais após a menopausa, devido às mudanças hormonais.
Diagnosticando as causas e o melhor tratamento para o ronco
O ronco é sinal de que algo não está equilibrado no organismo ou nos hábitos do paciente e precisa ser investigado. Até porque há uma patologia diretamente ligada a este sintoma: a Apneia Obstrutiva do Sono, que se trata da obstrução da via aérea na garganta, fazendo com que o paciente pare de respirar por alguns segundos e, em casos graves, pode sufocar.
Para diagnosticar corretamente o ronco ou apneia e suas causas, é preciso consultar o médico, que indicará exames e avaliações necessárias. O tratamento pode ser indicado pelo otorrinolaringologista ou por médico especialista em sono, e poderá incluir outros tipos de especialidade como a fonoaudiologia ou odontologia.
Qualidade de vida
O ato de roncar pode afetar a saúde física do paciente, devido à obstrução do ar e aos impactos na qualidade do sono; a saúde mental, devido ao estresse causado; e social, pois o cônjuge ou companheiros de quarto podem se queixar do barulho.
Em qualquer caso, alguns fatores incidem em mais ou menos “roncos”, como a posição de dormir. A maioria dos pacientes que roncam relatam que o problema aparece ou é maior quando dormem com a barriga para cima. O motivo é que a posição leva a língua para trás dentro da boca, comprimindo ainda mais as vias respiratórias.
Para melhorar o quadro do ronco e a qualidade de vida de maneira geral, o paciente precisa identificar se existem as seguintes necessidades:
• Perder peso
• Parar de fumar
• Reduzir ou excluir bebidas alcoólicas
• Melhorar a qualidade da alimentação
• Manter a pressão sob controle
• Praticar atividade física (melhora no equilíbrio hormonal e na qualidade do sono)
• Identificar causadores de estresse e ansiedade
• Realizar exercícios para a garganta, aparelho respiratório e bucal (fonoaudiologia ou fisioterapia)
Crianças, apesar de menos frequente, também podem apresentar apneia ou ronco. Neste caso, os pais devem monitorar e até mesmo gravar o som do ronco para avaliação médica.
Cada paciente, dependendo da idade e características, terá o tratamento mais adequado. Consulte um médico e realize exames. As informações contidas neste artigo são apenas orientações gerais.