Autismo: após diagnóstico, tudo é uma questão de adaptação e empatia

Autismo: após diagnóstico, tudo é uma questão de adaptação e empatia

O Transtorno do Espectro Autista (TEA), conhecido popularmente como autismo, é um distúrbio do neurodesenvolvimento, ou seja, trata-se de má formação de algumas partes do cérebro. A causa ainda é incerta, mas diversos estudos apontam a relação com a genética, assim como pode o distúrbio estar relacionado com fatores ambientais durante a gravidez. Contudo, esta segunda teoria gera mais controvérsias.

Esse distúrbio causa um déficit na capacidade de comunicação social do indivíduo e pode acontecer em ambos os gêneros, se manifestando por toda a vida. Essa incapacidade, geralmente, se mostra presente nos três primeiros anos de vida da criança.

Se a criança de até um ano e meio apresentar três dos sinais deste distúrbio, é interessante consultar um médico neuropediatra ou um psiquiatra da infância e da juventude.

Veja alguns dos sinais que podem servir para identificar o autismo:

  • não manter o contato visual por muito tempo (por mais de três segundos)
  • não atender quando é chamado
  • dificuldade em interagir socialmente (por exemplo, se isolar de outras crianças)
  • ter uma hiperatividade física acentuada – como movimentos repetitivos e estereotipados (balançar as mãos, bater os pés, etc.)
  • ser resistente a mudanças de rotina
  • ser resistente aprender
  • repetir palavras sem dar a devida função a elas, em momentos inadequados ou fora de contexto
  • girar objetos de maneira peculiar ou sem função
  • evitar contato físico
  • não falar ou fazer gestos para mostrar algo, assim como usar as pessoas como ferramenta (por exemplo: apontar para algo esperando que alguém pegue para ele, sem mostrar nenhum esforço)
  • apresentar comportamento indiferente com frequência
  • dificuldade ou não brincar, de faz de conta

Os sinais abaixo são consequentes dos sintomas desse transtorno de desenvolvimento:

  • hiperatividade
  • agressividade
  • impulsividade
  • desatenção


É sempre importante ter muita atenção quando se trata das crianças, e, se ela apresenta algum dos sintomas, a atenção tem que ser redobrada! Esteja presente nos primeiros anos de vida, pois eles são os mais importantes para o desenvolvimento delas e para identificar a presença do transtorno.

O teste M-CHAT é utilizado para identificar o autismo, e o SUS (Sistema Único de Saúde) oferece-o gratuita e obrigatoriamente. O teste é composto por 23 questões com respostas de SIM e NÃO e deve ser realizado por crianças entre 23 e 30 meses. De acordo com a pontuação, é realizado o diagnóstico precoce do transtorno.

O tratamento deve ser feito por uma equipe multidisciplinar e interdisciplinar, composta por médicos pediatra, neurologista e psiquiatra. Outros profissionais da área da saúde também são importantes, como dentista, psicólogo, fonoaudiólogo, pedagogo, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta e orientador familiar. Os medicamentos exercem um papel importante, porém nem todos os pacientes devem utilizá-los.

Uma das opções para o tratamento do autista em sua infância é o da terapia ocupacional. Esta prática vai ajudar nas atividades diárias, no aprendizado e na interação. O principal recurso utilizado por essa terapia é a prática do brincar, visto que, deste modo, a criança aprende sobre o mundo ao interagir, com ele.

Esse tipo de terapia tem como objetivo melhorar a vida pessoal e escolar da criança, permitindo que ela consiga uma independência maior. Também ajuda a melhorar a relação com seus pares e adultos, expressar sentimentos de forma mais adequada, reforça a aprendizagem e a autoconfiança ao realizar tarefas como escovar os dentes, pentear o cabelo, amarrar os sapatos, etc., entre outros benefícios.

Além dos tratamentos com profissionais e medicamentos, a família exerce um papel importantíssimo, caso se mostre presente e tenha paciência e empatia com o autista. Por estarem com total envolvimento com a pessoa com TEA, os familiares precisam também de uma base de tratamento.

Para muitos é difícil aceitar, ou até mesmo conviver com a ideia de ter um parente com esse transtorno para a vida toda. Mas é necessário se adaptar a essa nova rotina. Por isso, os cuidados com a saúde psicológica e emocional são muito importantes. Amigos e familiares são peças fundamentais para esses cuidados. Lembrando que, para os familiares que convivem com a pessoa com TEA, é fundamental continuar tendo uma rotina ativa e saudável, fortalecendo laços sociais, não deixando que a necessidade de adaptação seja motivo para interromper ou abandonar suas atividades.

A família é para todos, uma peça chave para uma vida longa, saudável e feliz.

Lara Cavaletti

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