Hanseníase: não negligencie, não tenha preconceito – Janeiro é roxo!
A informação de qualidade é a principal arma contra o preconceito e contra a negligência de doenças. No Brasil, temos cerca de 30 mil novos diagnósticos de hanseníase todos os anos. Como estes números são cumulativos, a doença é considerada muito presente no país, mesmo que demore a ser corretamente diagnosticada. Por causa dos altos números, foi criada a campanha Janeiro Roxo, tornando o primeiro mês do ano, um período para compartilhamento de informações sobre o quadro.
A hanseníase possui tratamento gratuito pelo Sistema Único de Saúde, e o paciente pode ter uma vida normalizada e sem sequelas. Porém, assim como a maioria das doenças, as chances de isto ocorrer são bem maiores quando o diagnóstico é precoce e o tratamento é seguido corretamente. Além da qualidade de vida da pessoa infectada, a identificação da doença e a busca por informações e remédios adequados é fundamental para evitar a transmissão.
A doença possui diversas formas e algumas delas são contagiosas. Neste caso são as chamadas multibacilares. Já as não contagiosas são as paucibacilares. É importante conhecer os meios de transmissão, diagnóstico, principais sintomas e tratamento. Saiba mais!
Sinais de hanseníase
A bactéria da hanseníase busca hospedar-se na pele ou nos nervos periféricos e apresenta sintomas em cada uma das partes. Veja os principais:
• Sinais na pele: manchas brancas, amarronzadas ou vermelhas; caroços e infiltrações; trechos de pele com alterações sensíveis em relação à dor, temperatura e toque; perda de pelos em algumas áreas e redução da transpiração; pele seca;
• Sinais nos nervos: fisgadas, choque, dormência e formigamento dos membros; dores e espessamento de nervos.
• Outros sinais: inchaço e dor nas mãos, pés e articulações; redução da força dos músculos; caroços; febre e mal-estar.
É importante ressaltar que as formas na pele são presentes em cerca de 95% dos casos de hanseníase. Já a ocorrência em relação aos nervos apresenta-se em uma minoria.
Transmissão da hanseníase
O fato de ser uma doença transmissível e visível faz com que os pacientes tenham sofrido muito preconceito ao longo da história, quando a doença era conhecida como “lepra”, e ainda sofrem. Mas é importante conhecer as formas de contágio, para evitar preconceitos infundados.
A forma de transmissão da doença é por meio do ar nos casos de contato próximo. A maioria das pessoas (cerca de 90%) possui bloqueios para este tipo de contágio. O mais importante é destacar que, quando o paciente realiza o tratamento correto, a transmissão cessa.
Diagnóstico da hanseníase
A identificação da doença é clínica e constatada por meio de exames complementares, por exemplo, a baciloscopia e a biópsia da pele. Estes exames são acessórios e não necessariamente servem para diagnosticar hanseníase.
Tratamento da hanseníase e qualidade de vida do paciente
O correto tratamento com antibióticos tem foco em eliminar as bactérias, fazendo com que a pessoa acometida com hanseníase passe a não transmitir a doença. O diagnóstico precoce é importante, além de impedir a transmissão, para o melhor prognóstico, uma vez que os remédios não têm o poder de reverter possíveis danos neurais. Estes danos podem, por sua vez, causar alterações de sensibilidade e motoras, impactar as regiões dos olhos e órgãos como o testículo, nos homens, além de articulações.
A hanseníase é uma doença que leva ao paciente diversos tipos de transtornos sociais, uma vez que pode causar incapacidades e deformidades físicas. A informação correta pode melhorar a qualidade de vida das pessoas infectadas e de suas famílias. Visite a página da campanha Janeiro Roxo, do Ministério da Saúde para se informar e compartilhe!
Reforçamos que apenas o médico pode diagnosticar corretamente a hanseníase e indicar tratamentos.
As informações contidas neste blog e nos links indicados advêm de fontes oficiais, como o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Dermatologia, porém não podem ser utilizadas para diagnosticar uma doença ou sugerir tratamentos.