Derivado do grego “psyche” – que quer dizer mente ou alma – e “logos” – que significa conhecimento, razão ou estudo – psicologia é a ciência que estuda a alma e a mente das pessoas. Seu campo de atuação é diversificado e trabalha aspectos comportamentais para ajudar pacientes a terem uma vida melhor.
Hoje comemoramos a atuação desses profissionais, não somente daqueles que trabalham com atendimento clínico em consultórios, como também os que atuam em hospitais, no esporte, nas escolas, em corporações, na educação, na área jurídica, entre outros campos de atuação.
A história do Dia do Psicólogo
O dia 27 de agosto foi escolhido para comemorar o Dia do Psicólogo no Brasil por ser um marco vitorioso para a profissão.
Nessa mesma data, em 1962, João Goulart, então Presidente da República, sancionou a Lei 4.119 que oficializou a psicologia como uma profissão. O marco foi consequência da mobilização e luta de diversos profissionais da área, que foram determinantes na luta por esse reconhecimento.
Entretanto, vale ressaltar que, apesar da conquista, somente em janeiro de 1964, a lei foi realmente regulamentada pelo decreto 53.464. Já o Conselho Federal de Psicologia (CFP) foi formalmente criado apenas 7 anos depois, em 1971.
Mente saudável equivale a equilíbrio e bem-estar
Apesar da importância indiscutível da profissão do psicólogo, ainda hoje existem preconceitos e desconfianças sobre sua atuação.
Há quem diga que terapia com psicólogos é coisa para loucos. Muitas pessoas que sofrem com distúrbios ou desequilíbrios psicológicos acreditam que não precisa de ajuda de desconhecidos para solucionar questões pessoais ou que estas situações vão se resolver sozinhas com o tempo.
Os psicólogos ajudam seus pacientes no entendimento de seus conflitos internos. Nem sempre é possível enxergar soluções, às vezes, relativamente simples, com a devida clareza, sem a ajuda de um profissional.
Esses profissionais trabalham aspectos comportamentais e da personalidade levando em consideração o contexto atual do indivíduo.
Por meio de diversas linhas da psicologia, que envolvem escuta e/ou questionamentos, eles promovem no paciente, o vislumbre de sua situação de maneira mais clara, criando reflexões que podem ajudar o paciente a ter mais harmonia e sensatez em seu jeito de agir.
Seu foco é entregar ferramentas ao indivíduo para que este supere seus problemas, favorecendo o desenvolvimento pessoal.
Relação “psicólogo x paciente” durante período de distanciamento social
A pandemia da COVID-19 não é apenas um surto viral. Gera também surtos psicológicos, pois traz consigo o aparecimento ou agravamento de problemas e sofrimentos psíquicos aos indivíduos.
Quando somos obrigados nos mantermos “presos e isolados”, a sensação de liberdade, o senso temporal e a rotina se perdem. Assim, o confinamento pode gerar desequilíbrio mental e, consequentemente problemas na saúde mental do indivíduo.
A solidão é outro grave problema. Estar sozinho pode ser angustiante para algumas pessoas. Nesse contexto, agravam-se transtornos de ansiedade ou outras síndromes que pedem atenção especial.
Incertezas, inseguranças, frustração, tédio também são sofrimentos psíquicos que se agravam em cenários como esse.
Há outras dificuldades que deixam as pessoas mais ansiosas e preocupadas, como o medo de ser contaminado, podendo causar estresse, afetando sua qualidade de vida.
Além disso, a ausência ou redução do contato social podem provocar desânimo ou nervosismo. Em situações mais extremas, pode haver um aumento descontrolado da produção de cortisol, hormônio voltado ao controle do estresse. Sua produção em altas doses ou em “picos” causa dores musculares e de cabeça, sentimentos depressivos, predisposição à obesidade, gatilhos para consumo de substâncias alcoólicas e drogas, entre outros.
Por isso, é fundamental olhar com calma e serenidade para o momento atual. Neste contexto, buscar uma terapia ou outras ferramentas com foco no equilíbrio interior significa investir em si mesmo.
Apostar em terapias à distância é uma solução que gera um acolhimento positivo durante esse período de distanciamento social. O contato e a conexão com especialistas facilitam o enfrentamento de conflitos psíquicos e o equilíbrio da saúde mental.
A psicologia, neste caso, auxilia os indivíduos a lidarem com a montanha russa de sentimentos e emoções.
Atendimento virtual e a lei
Por meio da Resolução CFP nº 011/2018, o Conselho Federal de Psicologia permite que profissionais da área realizem alguns serviços de forma on-line, como:
- Consultas e atendimentos psicológicos;
- Processos de seleção de pessoal;
- Supervisão técnica e aplicação de testes psicológicos, quando devidamente autorizados pelo Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI).
No início da pandemia, o CFP publicou a Resolução CFP nº 04/2020, suspendendo, de forma excepcional e temporária, alguns pontos obrigatórios da resolução de 2018. A ação flexibilizou a forma de atendimento psicológica por meio da internet.
A medida teve como objetivo garantir acesso ao atendimento psicológico à população, evitando a descontinuidade da assistência durante a pandemia. Reconhecendo a importância do serviço psicológico é também, uma forma de atenuar os impactos do vírus na sociedade.
Atendimento além das clínicas e consultórios
O campo de atuação dos psicólogos é bem amplo e diversificado. É inegável a importância da atividade desses profissionais em momentos de emergências e desastres. Entretanto, o acompanhamento clínico em terapias não é o único tipo de serviço que tem feito a diferença durante essa pandemia.
Psicólogos têm forte poder de ação na assistência social e saúde pública.
Em ambiente hospitalar, o profissional lida diariamente com as consequências emocionais do adoecimento, atuando para amenizar as sequelas dos pacientes e de seus familiares. Estas pessoas estão passando por momentos de grandes dificuldades, físicas e emocionais, por isso o acolhimento profissional de todo o conjunto é fundamental para a melhora do paciente.
Mas o papel da psicologia hospitalar na COVID-19 vai além. Estes profissionais também estão na linha de frente, lutando para salvar vidas. Além da atuação com os pacientes e familiares, que podem passar por uma internação de longo prazo, os psicólogos hospitalares também têm foco nos profissionais da saúde, que estão encarando extensos plantões e riscos de contágio.
A preocupação com a família ao retornar à casa e a falta de recursos para o atendimento são fatores que agravam os riscos para a saúde mental das equipes hospitalares.
O contexto da pandemia jogou luz à necessidade de compreensão da importância da atuação da psicologia, seja qual for o campo de trabalho.