Arboviroses: o que são, sintomas, causas, como prevenir e tratamento
O nome pode até parecer estranho, entretanto as arboviroses são bem conhecidas pelos brasileiros. Tais doenças são transmitidas por artrópodes, que podem ser aracnídeos (carrapatos e aranhas, principalmente) ou insetos (mosquitos).
Ao todo existem 545 espécies de arbovírus conhecidos em todo o mundo, sendo que 150 provocam doenças em humanos como as encefalites virais, o mayaro e algumas meningites virais. No Brasil as arboviroses com maior disseminação são: Dengue, Zika, Febre Amarela, e a febre Chikungunya, com disseminação mais restrita.
Como circulam ao mesmo tempo pelo país o controle dessas doenças é um grande desafio para a saúde pública.
Conheça as principais causas
O vírus é adquirido pelo artrópode (inseto ou aracnídeo) após contato com animal ou ser humano contaminado. O vetor passa a disseminar a doença por meio da picada.
Transmissões secundárias por meio de transfusão de sangue e vertical (da mãe para o feto) correspondem à menor parcela dos casos e são observadas apenas em algumas das doenças.
As principais arboviroses circulantes no Brasil são transmitidas pelo mesmo mosquito vetor: o Aedes Aegypti. Este inseto se reproduz em ambientes com água parada e a manifestação dessas doenças pode ser de intensidade leve a moderada, dependendo de cada pessoa.
Os arbovírus circulam naturalmente em praticamente todos os locais do mundo, sendo que o Antártico é o único continente não endêmico.
Entenda os principais sintomas
Os sintomas clínicos são tão variados quanto o número de vírus que causam doenças. Eles podem ser divididos em três grupos: quadro febril caracterizado por febre, cefaléia e mialgia; síndromes neurológicas; e síndrome hemorrágica.
As arboviroses mais comuns no Brasil tem os sintomas bem semelhantes, variando de intensidade de uma doença para outra. Veja!
Dengue
Transmissão por meio do mosquito Aedes aegypti. Pode acontecer por transmissão vertical (gestante-bebê) e por transfusão de sangue (casos raros). Seus sintomas são:
- Febre alta, com início imediato (sempre presente);
- Dor de cabeça;
- Dores moderadas a fortes no corpo e articulações (sempre presentes);
- Fraqueza, dor atrás dos olhos;
- Manchas vermelhas na pele e coceira (às vezes presentes);
- Perda de peso e vômito;
- Dor abdominal e sangramento de mucosas (casos mais graves).
Chikungunya
A transmissão ocorre através dos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. Seus sintomas são:
- Febre alta e abrupta (quase sempre presente);
- Dores intensas nas articulações (90% dos casos);
- Dor de cabeça;
- Dores nos músculos;
- Manchas vermelhas na pele com coceira intensa. Podem se manifestar nas primeiras 48 horas;
- Coceira de intensidade leve (50 a 80% dos casos);
- Vermelhidão nos olhos (às vezes presente).
Zika
Assim como a Dengue, é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti por transmissão vertical (gestante-bebê) e transfusão de sangue. Seus sintomas são:
- Dor de cabeça;
- Febre baixa (às vezes presente);
- Dores leves nas articulações;
- Manchas vermelhas na pele com coceira intensa e vermelhidão nos olhos (às vezes presentes);
- Inchaço no corpo, dor de garganta, tosse e vômito (menos comuns);
- Dor de cabeça.
Febre Amarela
Também transmitida pela picada do Aedes aegypti e dos mosquitos Haemagogus e Sabethes na área rural ou florestal. Ao contrário das anteriores, possui vacinação eficaz. Seus sintomas são:
- Febre repentina;
- Calafrios;
- Dor de cabeça forte;
- Dores nas costas;
- Dores musculares;
- Vômitos e fraqueza.
Tratamento e Cuidados
Ainda não existem tratamentos específicos para casos de infecção de arboviroses. O motivo é que o vírus tem vida curta no organismo com a possibilidade de infecções agudas.
O tratamento é realizado com medicamentos para conter e aliviar os sintomas para que o paciente possa aguardar o fim do ciclo do vírus da melhor maneira possível.
É importante observar que pacientes com suspeitas de arboviroses não devem tomar remédios à base de ácido acetilsalicílico (aspirina) ou substâncias associadas. Isso porque o efeito anticoagulante desses medicamentos pode causar sangramentos.
Portanto, em caso de suspeita de contaminação por arboviroses a recomendação é procurar ajuda médica e não se automedicar.
Prevenção e cuidados
A principal dica de prevenção é evitar o contato com o agente transmissor.
Para prevenir a picada:
- Use repelente industrializado com eficiência comprovada;
- Em locais com muita presença de mosquitos utilize roupas longas como barreira para não deixar a pele exposta e evite certos tipos de perfume (alguns atraem mosquitos);
- Use telas e mosquiteiras para impedir a entrada do mosquito em casa.
Para evitar criadouros do mosquito é importante evitar o acúmulo de água parada. Por isso,
- Não deixe água acumulada em lajes, calhas e pneus;
- Mantenha a caixa d’água e a piscina limpas e bem fechadas;
- Deixe utensílios que acumulam água (como garrafa) bem fechados ou com a boca virada para baixo;
- Limpe os ralos frequentemente ou use desinfetante para evitar o acúmulo de água;
- Troque a água do bebedouro dos animais constantemente e lave o recipiente;
- Prefira colocar areia nos pratinhos de plantas;
- Troque a água dos vasos de plantas aquáticas com frequência.
Das arboviroses mais comuns no Brasil, a febre amarela é a única que já possui vacina eficiente. Para se prevenir não deixe de tomá-la!
Uma urgência na saúde
Mudanças climáticas, ausência de saneamento básico, deslocamentos populacionais, desmatamentos e outras interferências humanas no ecossistema pela ação humana aumentam a transmissão e propagação das arboviroses.
Esse grupo de vírus apresenta grande plasticidade genética e alta frequência de mutações. Isso facilita a adaptação a diferentes hospedeiros vertebrados e invertebrados.
Dessa forma, o controle dessas doenças é uma emergência e um desafio para os órgãos de saúde brasileiros. Estes necessitam de ajuda da população para evitar criadouros do mosquito e conter a proliferação das arboviroses.
Faça sua parte! Siga nossas dicas de prevenção, cuide melhor da sua saúde e da região onde vive.