Hepatite de A a E: um guia para contribuir com o movimento Maio Vermelho
“Pintar” os meses do ano com cores é uma maneira de conscientizar e engajar a população em relação ao combate de doenças e outras questões ligadas à saúde. Algumas destas campanhas são direcionadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras são determinadas pelos Ministérios e órgãos dos países. Importante é ressaltar a necessidade de disseminar informações corretas e sensibilizar a sociedade para a prevenção e não discriminação de pacientes. Um exemplo é a hepatite.
Maio é o mês de falar da hepatite, doença do fígado que acometeu cerca de 38 mil pessoas no Brasil em 2019, segundo o relatório do Ministério da Saúde (fonte: Agência Brasil). Esta doença é um dos vários casos em que a informação, o diagnóstico precoce e a prevenção fazem toda a diferença.
As hepatites mais comuns, B e C, somaram mais de 36 mil casos no Brasil em 2019. O tipo B somou 13.971 em 2019, uma queda em relação aos 14.686 do ano anterior. A principal forma de contágio foi por via sexual (20,4%).
No caso da hepatite C, os casos também decresceram de 2018 para 2019, de 27.773 para 22.747. Neste tipo, a principal causa foi o uso de drogas (12,1%), seguido da transfusão de sangue (10,3%) e relação sexual (8,9%).
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Neste artigo vamos falar sobre as diferenças entre cada tipo de hepatite e responder às perguntas mais comuns sobre a doença.
Hepatite de A a E
Hepatite viral é uma inflamação no fígado causada por vírus, que são nomeados pelas letras A, B, C, D e E. Por isso, temos a Hepatite A, Hepatite B etc. Cada tipo é transmitido por um meio, possui suas próprias características e sintomas, bem como tratamentos.
Saiba mais sobre cada uma das hepatites:
Hepatite A – transmitida via fecal-oral por meio de relação sexual desprotegida ou consumo de água ou alimentos contaminados. Para preveni-la são recomendados: proteção em relações sexuais, saneamento básico e consumo de água potável e de alimentos bem lavados. Possui vacina preventiva, gratuita no SUS. Manifesta-se de forma aguda, por isso, não é tão silenciosa quanto outras variações. Seus principais sintomas são: dores abdominais e musculares, fadiga, náuseas, vômitos, perda de apetite, febre, urina escura e amarelamento da pele e olhos;
Hepatite B – transmitida por meio de relação sexual desprotegida, uso de sangue ou hemoderivados e compartilhamento de objetos perfurocortantes. Também pode ser transmitida da mãe para o bebê. Possui vacina preventiva, gratuita no SUS. É silenciosa e, por isso mesmo, tem chances de se tornar crônica ou evoluir para cirrose e câncer de fígado. Seus principais sintomas são: dores abdominais e musculares, fadiga, náuseas, vômitos, perda de apetite, febre, urina escura e amarelamento da pele e olhos;
Hepatite C – transmitida da mesma forma que a B e também é silenciosa, podendo se tornar crônica ou evoluir para cirrose e câncer de fígado. Não existe vacina. Seus principais sintomas são: inchaço abdominal, coceira, e sangramento no esôfago ou no estômago;
Hepatite D – transmitida da mesma forma que a B e C. Também é silenciosa, podendo se tornar crônica ou evoluir para cirrose e câncer de fígado. Existe vacina, gratuita no SUS.
Hepatite E – transmissão similar à hepatite A. Os sintomas mais comuns são o amarelamento da pele, falta de apetite e náuseas. Seu agravamento pode trazer insuficiência hepática aguda, porém, em geral, é curada de quatro a seis semanas com cuidados médicos e repouso. Não há vacina.
Perguntas e respostas
Qual hepatite é pior?
A Hepatite C é a mais frequente e a mais letal. A gravidade de cada tipo de hepatite dependerá do paciente e do grau em que a inflamação se encontra no organismo.
Quando o transplante de fígado é necessário?
Quando a hepatite desenvolve formas graves e causa insuficiência hepática aguda grave, externada na forma de icterícia (amarelamento da pele), podendo evoluir para situação de coma e coagulopatia. Neste caso, pode requerer o transplante de fígado.
Quais os sintomas mais aparentes de qualquer tipo de hepatite?
A doença comumente se manifesta por olhos e pele amarelados (icterícia), urina escura (colúria), fraqueza e perda de apetite. Exames clínicos podem mostrar a elevação das enzimas do fígado (ALT e AST), seja apresentando ou não o aumento da bilirrubina. Esta é uma substância amarelada da bile, que fica no sangue até sair pela urina, que fica mais amarela conforme a quantidade de bilirrubina aumenta.
Devo fazer o teste para hepatite?
Os testes começaram a ser realizados em 1993. Por isso, quem nunca fez o teste ou pessoas acima dos 40 anos são recomendados a fazer. O teste é rápido, seguro, sigiloso e gratuito na rede pública. Caso tenha dúvidas, procure uma unidade de saúde e pergunte sobre o teste de hepatite e de outras doenças sexualmente transmissíveis.
Quem já teve hepatite pode doar sangue?
Quem já teve hepatite A pode doar sangue. Para outras hepatites, o sangue é descartado.
Dá para ter uma vida normal com hepatite?
A pessoa com hepatite pode desempenhar todas as atividades de uma vida normal, como trabalhar, estudar, praticar esportes e conviver socialmente. Porém, é importante ter acompanhamento médico para orientações frequentes quanto ao tratamento e riscos de contágio. Inclusive, é interessante envolver a família e pessoas do convívio na informação correta e sensibilização em relação à doença, para que não sintam medo, mas que adotem medidas necessárias.
Seja para hepatite ou outras doenças virais, a prevenção é feita com bons hábitos de higiene, não compartilhamento de objetos de uso pessoal (escovas de dentes, copos e talheres etc.) ou de uso hospitalar, vacina (quando existe) e muita informação de qualidade. Para se manter bem orientado quanto ao tratamento, procure o médico e canais especializados.